segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Desmontada.


"You can take everything I have
You can break everything I am
Like I'm made of glass,
Like I'm made of paper
Go on and try to tear me down
I will be rising from the ground
Like a skyscraper."


"Você pode pegar tudo o que eu tenho
Você pode quebrar tudo o que eu sou
Como se eu fosse feita de vidro
Como se eu fosse feita de papel
Vá em frente e tente me derrubar
Eu vou me levantar do chão
Como um arranha-céu."
(Skyscraper - Demi Lovato)

A menina acordou leve nessa manhã de sábado. Acordou feliz. Foi na padaria sorridente e até arriscou assobiar umas músicas alegres enquanto caminhava. Sabe, quem vê essa garota agora - toda montada, linda, feliz e incrível - não imagina como ela estava há uns dias atrás. Não imaginam porque as pessoas estão sempre com pressa e não enxergam as coisas como realmente são, aí passam com pressa ou até mesmo com superficialidade e não enxergam. Que pena, é só questão de observação, de interesse. Muitos não sabem, mas antes dessa felicidade suave nessa manhã de sábado, ela estava no escuro. Não literalmente, mas por dentro. Sabe esses terremotos que a vida traz pra perto da gente? Pra dentro da gente? Desses que colocam tudo fora do lugar, de ponta cabeça e destroem milhares de coisas. A vida é cheia desses terremotos e maremotos e todas essas coisas que destroem outras. Que vêm e levam certezas, coisas e pessoas para um lugar que a gente não conhece. Um lugar longe da gente e a gente nunca vai entender o porquê. A gente só sente muito. Sente muito por todas essas coisas e pessoas que vão embora e nem dá tempo de dizer adeus. Poxa, a vida podia avisar antes né? Talvez para nos prepararmos e praticarmos o desapego e não sofrermos tanto com tudo isso. Quem vê essa menina agora, não imagina como ela se doeu essa semana. Não imagina o quanto ela chorou e nem consegue imaginar ela desmontada, desarmada. Sem a casca, pura alma. Só a melhor amiga viu, porque a melhor amiga conhece ela e não iria achá-la uma idiota por estar chorando por um cara que não vale a pena. E a menina inabalável desmoronou na frente da melhor amiga que só a ouviu, que só a abraçou. A melhor amiga ficou em silêncio enquanto a garota enterrava o rosto em seu ombro, porque ela sabia que nada poderia ser dito naquela hora. Ela sabia que todas aquelas coisas clichês de "calma, não chora, ele não vale a pena" não precisavam ser ditas, afinal, todas nós sabemos disso. Mas ainda assim, a gente ainda chora por esses caras que não valem a pena. A menina chorou, chorou e passou dois dias chorando. Chorou até secar, chorou até todo aquele amor escorrer junto às lágrimas. Chorou até tudo aquilo esgotar, todo aquele sentimento ruim de decepção e todo aquele restinho de amor que ainda resistia lá dentro do coração. De tanto chorar, secou. Deixou todos aqueles sentimentos ruins e todos aqueles cacos saírem para fora de seu corpo e então, sorriu. Encontrou pessoas incríveis no caminho que conseguiam olhar em seus olhos e enxergar sua alma. E essas pessoas seguraram sua mão e a ajudaram a caminhar, fortalecendo suas bases tão fragilizadas depois de um baque. A ferida ainda dói, mesmo cicatrizando rápido. A marca que ela deixou, nem todo tempo do mundo pode apagar. A menina sempre soube que nada é eterno, mas toda despedida é dolorosa. E depois de um mar de confusões ela conquistou uma paz que quase não cabe dentro dela. Uma liberdade e uma felicidade que não podem ser explicadas em palavras. Graças a Deus que a gente passa por tantas barreiras nessa vida e ainda assim não perde a esperança. Graças a Deus que um milhão de caras quebram nossos corações e ainda assim acreditamos no amor. Se o amor ainda não aconteceu é porque ainda não estamos preparadas para ele. Um dia vai aparecer um cara que vai aquietar as nossas mãos aflitas, vai calar nossas bocas com um beijo quando começarmos a falar demais e vai fazer tudo ficar incrível. Tudo valer a pena. Graças a Deus que mesmo depois de tantos socos no estômago a gente ainda consegue sorrir e ver as coisas lindas da vida. Ver como a vida é linda.

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